Pastoral Operária RS

Somos uma Pastoral Social a serviço da classe trabalhadora urbana, organizada, composta e dirigida pelos trabalhadores/as.
www.flickr.com/photos/demarco13/

estamos nas regiões:
* região Sul - Pelotas e Rio Grande;
* região Central - Cachoeira do Sul e Santa Cruz;
* região Macro Norte - Soledade
* região Metropolitana


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pão e Circo

Pe. Alfredo J. Gonçalves *

Adital -
Copa do mundo e eleições em 2010, novamente eleições e copa do mundo em 2014, preparação das olimpíadas de 2016: o cenário é de encher arquibancadas, movimentar ruas e praças, colorir as cidades de bandeiras e slogans. Farto material para ocupar as páginas dos periódicos e os espaços dos telejornais, bem como para gerar uma cacofonia sonora e eletrônica sem precedentes. Não é difícil imaginar o uso e abuso que a publicidade e a política podem fazer no terreno fértil de tantos eventos contínuos e fantásticos. Tampouco é difícil trazer à memória o que ofericiam os imperadores romanos no declínio de seu domínio. Desesperados, faziam da estratégia de pao e circo o último recurso para deter a queda inevitável.
Evidente que o Brasil não é um império! E menos ainda um império em ruínas! Ao contrário, na mídia em geral, nas previsões econômicas e até na avaliação de produtores e consumidores, predomina uma euforia demasiado otimista quanto ao futuro próximo e distante. Euforia que, nutrida pela propaganda governamental, tende a aumentar no decorrer do processo eleitoral. As descobertas de petróleo do pré-sal, os investimentos externos, o preço favorável das comidites, a retomada do crescimento, a popularidade do presidente Lula, entre outras coisas, constituem os ingredientes de um cardápio recheado, oferecido a um povo notoriamente acrítico e sedento de boas notícias. Estas, embaladas com o verniz da retórica e da demagogia, venham de onde vierem, irrigam diariamente a terra seca e árida.
Enquanto na antiga Roma a política do pão e circo era minada por uma situação econômica declinante e insustentável, no Brasil de hoje, de acordo com os porta-vozes do planalto central, ela se assenta numa economia sólida e em franca ascenção. É verdade que o panorama mundial globalizado não a exime completamente de possíveis turbulências, mas a posição cômoda do país em realação à recente crise financeira alimenta o fôlego dos projetos em curso. Dá para respirar com certa tranquilidade, alardear vantangem em relação aos governos anteriores, sonhar com um terceiro mandato disfarçado e vender ilusões a preços populares.
Mas tudo isso contém um vírus oculto e de dupla corrosão. Por uma parte, o crescimento econômico brasileiro, histórica e estruturalmente, mantém-se alicerçado em bases fortemente assimétricas. O clássico tripé de sua economia (Caio P. Júnior e Celso Furtado) - latifúndio, trabalho escravo e monocultivo de exportação - não representa apenas uma chave ou uma metáfora para entender o passado, mas também uma janela aberta sobre o presente. A política do latifúndio combinada com o incentivo ao agronegócio, estendida à agropecuária e à agroindústria, às telecomunicações, à indústria em geral e ao grande comércio, segue mais viva do que nunca. Isso sem falar dos lucros estratosféricos do setor financeiro, retaguarda especulativa dos mega empreendedores. Pobres das iniciativas da economia solidária!
O mesmo se pode dizer da metáfora do trabalho escravo. Estão de volta formas de trabalhoarcaicas e execradas, ao longo da história, pelas lutas operárias e camponesas. Basta percorrer o noticiário sobre o trabalho infantil, temporário, escravizado por endividamento - formas extremamente precárias, insalubres e infra-humanas. Quanto ao monocultivo de exportação, o Brasil continua enviado aos países centrais e emergentes toneladas e toneladas de minério, de madeira, de grãos, de carne; para não falar do etanol a serviço do transporte individual, um luxo num país onde os transportes públicos pouco avançaram em conforto e segurança.
Por outra parte, o tripé da economia nos leva a outra metáfora clássica, a da Casa Grande & Senzala (Gilberto Freire). A assimetria no campo da produção se reproduz na área social. O esquema se repete: condomínios fechados coexistindo com enormes favelas, edifícios de luxo dividindo espaço com os cortiços, carros de última geração trafegando lado a lado com ônibus precários e superlotados, serviços de saúde e educação privados em contraste com os públicos, a violência convivendo com sistemas de segurança altamente sofisticados, e assim por diante. O luxo suntuoso e o desperdício, por um lado, a miséria e a sobrevivência no lixo, por outro, caminham de mãos dadas. Semelhante cenário, entretanto, parece não oferecer maiores problemas: na democracia, as oportunidades estão abertas a todos!
Assim proclamam os donos do poder, para usar outra metáfora clássica da literatura polìtica brasileira (Raymundo Faoro). E enquanto dão asas livres ao neoliberalismo e ao mercado total, distribuem pão e circo para as populações de baixa renda. Estas, de olhos e estômago cheios, não dispõem de outra alternativa além de reverenciar e adorar seus eternos mitos. E depositar seu voto na urna, sem a menor possibilidade de uma escolha livre, autônoma e consciente.
Felizmente, em variados pntos do país, vão surgindo pequenas luzes. Canais alternativos de participação popular apontam para a possibilidade de um maior controle do poder e do orçamento públicos. Apontam também para uma democracia que não se limite a surfar nas ondas das intrigas políticas, mas tenha a coragem de mergulhar nas águas profundas das decisões econômicas. Por exemplo: o quê produzir? Para quem? Em que condições? Como fazer uma distribuição mais equitativa? Como dividir os excedentes e os lucros? O que significa fugir da tirania do crescimento a qualquer preço, em vista de um desenvolvimento justo, solidário esustentável? Como defender e prolongar com qualidade a vida humana no planeta, respeitando as demais formas de vida e a sobrevivência da própria Mãe Terra?
Eis as perguntas que uma verdadeira democracia, sem adjetivos, deve responder. Uma democracia onde o poder político seja orientado por princípios éticos e possa interpelar o sistema econômico mundializado. Uma democracia com os pés firmemente fincados no aqui e agora, e os olhos fixos num horizonte global e futuro. Uma democracia com mecanismos e instrumentos livres e autônomos, conscientes e plurais, blindada contra todas as formas de manipulação. Nos termos de Gramsci, trata-se de reforçar as organizações de base da sociedade civil, sem desconhecer a realidade da política partidária, mas sem se deixar arrastar pelo canto de sereia que costuma acompanhar seus discursos e promessas.



* Assessor das Pastorais Sociais.

Seminário de Formação Economia Popular Solidária e Vida

Campanha Nacional contra a violência e exterminio de Jovens

Campanha Nacional contra o Extermínio e Violência de Jovens

Campanha Nacional contra o Extermínio e Violência de Jovens

O que é a Campanha?


É uma ação articulada de diversas organizações para levar a toda sociedade o debate sobre as diversas formas de violência contra a juventude, especialmente o extermínio de milhares de jovens que está acontecendo no Brasil. Com isso, a Campanha objetiva avançar na conscientização e desencadear ações que possam mudar essa realidade de morte.


Como começou?


A Campanha nasceu da reflexão da 15ª Assembléia Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil (ocorrida em maio de 2008), fruto da indignação crescente dos/as delegados/as presentes naquela assembleia e da revolta ante ao crescente número de mortes de jovens no campo e na cidade, em todos os cantos do país.


Quem promove?


As Pastorais da Juventude do Brasil (Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude Estudantil, Pastoral da Juventude do Meio Popular e Pastoral da Juventude Rural).

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Livro: Romaria do trabalhador e trabalhadora no RS - História, formação, e mobilização social

203 - Romaria do/da Trabalhador/a no RS
História, Formação e Mobilização Social
Clarice Fátima Dal Médico
80 p.

O livro analisa a influência do processo de realização da Romaria, promovida pela PO, para a educação de lideranças e participantes desta ação social. O evento articula entidades de classe e lideranças em uma ampla discussão sobre a realidade socioeconômica dos trabalhadores gaúchos e traça metas de participação social e organização popular, tendo como fio condutor o seu processo de formação e conscientização.

Com grande votação, PEC Alimentação é aprovada

Com grande votação, PEC Alimentação é aprovada
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 047/2003, que inclui o Direito Humano à Alimentação entre os direitos sociais da Constituição Federal, finalmente foi aprovada em primeiro turno, pelo plenário da Câmara dos Deputados, em votação expressiva na noite desta terça-feira (03/11).

Atualmente, a Constituição prevê como direitos sociais (artigo 6º) a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados.

Dos 513 deputados, 377 participaram da votação. O resultado foi: 374 votos a favor, 02 contrários e 01 abstenção. Agora, a matéria segue para ser votada em segundo turno, após intervalo regimental de cinco sessões da Casa. A tendência é que a aprovação seja confirmada em segundo turno. Após a segunda aprovação, a PEC finalmente será promulgada pelo Congresso Nacional.

A PEC Alimentação é de autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE). No Senado, a matéria foi aprovada em todas as instâncias e também pelo plenário em dois turnos. Toda proposta que altera a Constituição deve passar por quatro votações em plenário, sendo duas vezes na Câmara e duas no Senado, precisando de 3/5 dos votos favoráveis.

Antes mesmo de ser anunciado o resultado, com a expressiva votação favorável, os deputados se revezavam na tribuna, defendendo a proposta. "Este era um débito que esta Casa tinha com o povo brasileiro há 21 anos", disse o deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), presidente da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional. "Esta Casa, portanto, está de parabéns", disse ele, que foi bastante saudado pelos seus colegas.

"A luta faz a lei", disse o deputado Chico Alencar (PSol-RJ), exibindo com uma mão a camiseta da campanha Alimentação, direito de todos. "Mas não basta votar, nós temos que fazer isso sair do papel e entrar para a vida", defendeu ele. "Nós temos que lutar agora pela segurança alimentar do nosso país, combatendo a 'McDonaldização' e oferecendo educação alimentar desde os primeiros anos escolares", afirmou.

Quem também festejou o resultado foi a deputada Emília Fernandes (PT-RS), uma das maiores defensoras da proposta na Câmara. Vestida com a camiseta da campanha, ela afirmou: "Agora, a alimentação passa a ser um compromisso de Estado, um direito que está acima de partidos, acima de governos e ideologias; agora, a alimentação é um compromisso de todos os entes federativos, a União, os Estados e os Municípios".

O único parlamentar que discursou "contra" a proposta foi o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Ele disse que votou a favor da proposta, mas ressaltou que isso não vai ter efeitos práticos para a população. "Se tivesse algum efeito, nós teríamos respeitados os direitos à educação, à saúde, ao trabalho e à segurança neste país".

O presidente do Consea, Renato S. Maluf, reconhece que a simples inclusão da alimentação na Constituição, por si só, não vai representar a solução de todos os problemas no âmbito da segurança alimentar, mas vê a aprovação da proposta como um passo importante. "A inclusão da referência explícita irá fortalecer o conjunto das políticas públicas de segurança alimentar em andamento", avalia. "Da mesma forma, isso pode evitar retrocessos".

Quem também vê pontos positivos na aprovação da proposta é advogada Valéria Burity, que integra a Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (Abrandh). "A aprovação da PEC é importante tanto do ponto de vista político como do jurídico", disse ela, em audiência pública na Câmara dos Deputados. "Ao ser inserida no texto constitucional como um direito, a alimentação ganha o status de fundamental, pois estará na norma fundamental, e passará a ser uma cláusula pétrea", afirmou.

Marcelo Torres - Assessoria de Comunicação Consea

A QUEM SERVIR: A DEUS OU A MAMONA ?


Valter Luiz Lara
Reflexão à luz de Mateus 6, 24.
In: Vida Pastoral, março-abril de 2010

A palavra do texto grego original não é dinheiro; mais precisamente é Mamona. O que isso significa? Por que Jesus teria usado Mamona, uma vez que essa palavra é transcrição grega de palavra aramaica para se referir a dinheiro?
Mamon, em sua forma substantiva, não é exatamente dinheiro na forma específica de moeda, como lépton, denário, assarion, dracma ou argyrion, mina ou talento. Não é palavra que serve para designar genericamente qualquer moeda ou o que mais proximamente traduziríamos como dinheiro.
Mamon é nome próprio de um dos deuses do panteão variado da cultura pagã o Oriente antigo, mais precisamente da Síria. Ele representa o culto ao dinheiro com expressão de riqueza. É o representante sírio de deus responsável pela riqueza, cujo culto tem como objetivo favorecer o enriquecimento de seus adoradores e, por conseguinte, a manutenção e reprodução do sistema comercial monetário que lhe está pressuposto.
Sendo assim, deparamos agora não apenas com o agir individual de sujeitos que devem simplesmente rejeitar esta ou aquela moeda, escolher entre o uso do dinheiro para este ou aquele determinado fim e o serviço a Deus. Afinal Jesus não está se referindo ao preço justo do trabalho que deve ser pago (normalmente em dinheiro) ao trabalhador. Em algumas parábolas , ele mesmo admitiu que devia ser pago salário justo ao trabalhador da última hora (Mt 20, 1-16). Portanto, o que está em jogo em Mt 6, 24 é a rejeição contundente de um sistema cujo deus não é Iahweh, pois não persegue a lógica da justiça distributiva e da reciprocidade de dons provenientes do trabalho, capaz de suprir igualitariamente o sustento da família, do clã e da comunidade.
O dinheiro personificado como deus Mamon representa o sistema cuja moeda governa a vida e a morte das pessoas. Na ótica de Jesus e de seus discípulos, esse deus é iníquo. Esse “Mamon-dinheiro” é dispensável. Sem ele pode-se muito bem tocar a vida segundo os princípios da dádiva e da reciprocidade distributiva: “Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos, nem alforje para o caminho,nem duas sandálias, nem cajado, pois o operário é digno do seu sustento” (Mt 10, 10). A alternativa apontada é o sistema econômico das pequenas aldeias. Sem a interferência do sistema monetário, a justiça desejada por Iahweh flui muito melhor.
Desse modo, podemos afirmar que Mt 6, 24 impõe uma escolha: o serviço de dois senhorios, de dois deuses, de duas lógicas e, por isso mesmo, de dois absolutos da vida. A linguagem é religiosa, embora o foco seja econômico. Está pressuposto pela sentença disjuntiva (ou “a” ou “b”) – a escolha de um exclui o outro. Nessa linha, Jesus segue a tradição dos profetas que criticam duramente o sistema econômico tributário e comercial em vigor nas cidades, causa do sofrimento e violência contra os pobres (Am 2, 6; 5, 11-12; Is 5, 8).
O sentido profético e profundamente atual das palavras de Jesus está no discernimento necessário que temos de fazer do sistema de produção de nossas vidas tanto do ponto de vista material como do ponto de vista ético e espiritual. Pois a miséria é um problema ético e espiritual par aos que não são miseráveis, embora para os primeiros seja um problema material de sobrevivência. O discernimento é este: como queremos organizar a economia e, com base nela, nossa vida como um todo? O nosso mundo vive em crise e ultrapassa bem mais os limites do que se chamou de crise financeira. Sem cair no lugar-comum, é preciso admitir: a crise realmente é de valores. Precisamos decidir a quem, de fato, queremos servir. A crise financeira é apenas a ponta do iceberg. Alguns dizem que saímos dela, mas a qualquer momento podemos vê-la retornar, sobretudo porque não foram corrigidas e alteradas as causas que provocam (escrevo em setembro de 2009). O fato é que os mais pobres foram afetados profundamente e os dados mostram o avanço da fome e da indigência em todo o mundo.
Neste momento, novamente temos a oportunidade de decidir se queremos servir à lógica do sistema que privilegia o mercado financeiro e o desenvolvimento completamente cego aos limites das possibilidades dos recursos naturais ou se vamos organizar novas lógicas de solidariedade cuja finalidade seja suprir, em primeiro lugar, as necessidades reais da população mais pobre do planeta. É preciso decidir logo, caso contrário, corremos o risco de escolher o deus errado, um ídolo que nos conduzirá à destruição da própria vida. O momento exige de nós, conforme Mt 6, 24, o testemunho de fé em favor do serviço ao Deus da vida. Em outras palavras, significa ter coragem de testemunhar alternativas e esperanças de outro mundo realmente é possível.

Assédio moral é CRIME!

Assedio moral não e só o ato de assediar sexualmente o / a funcionário/a, mas e atitude de humilhar a pessoa na frente de outras. Geralmente e praticado por alguém com poder de trabalho como o dono da empresa, gerente encarregado, capataz, etc.
E imposto sobre o empregado/a que possa representar “perigo” a autoridade, como: ter divergência ideológica, filosófica, religiosa, étnica e ate mesmo, opção sexual, dentre outras “motivações”. Configura-se como assedio moral, qualquer conduta abusiva (gestos, palavras, escritos, comportamentos...) realizada de forma intencional, que fere a dignidade e integridade física e/ou psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho.

Veja algumas atitudes, entre muitas outras, que se caracterizam como assedio:
• Dar instruções confusas ao/a trabalhador/a
• Atribuir erros imaginários ao/a funcionário/a
• Exigir, sem necessidades, trabalhos urgentes.
• Sobrecarregar de tarefas
• Criticas ou brincadeiras de mau gosto (apelidos, piadas).
• Ignorar a pessoa ou não lhe dirigir a palavra
• Retirar instrumentos de trabalho
• Realizar revistas vexatórias
Tais procedimentos e outros não elencados têm ocorrido com o objetivo de forçar o/a trabalhador/a pedir demissão, principalmente neste momento em que crescem as dispensas, com a desculpa de “crise”.
Geralmente o agressor/a alega estar querendo “ajudar...”.
Alguma providencia recomendadas para as vitimas são: evitar ficar sozinhas, não conversar sozinhas /os com o agressor/a; procurar testemunhas e, conforme o caso, recorrer a policia, Ministério Público, sindicato, e registrar a ocorrência.




Mateus De Marco
Pastoral Operária - RS

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Lançamento do Livro das Romarias do trabalhador e da trabalhadora

Pastoral Operária na 33ª Romaria da Terra

Relato - Seminário e Acampamento das PJs do RS e 33ª Romaria da Terra

Com o lema: “Quilombos: Terra, Trabalho e Inclusão”, ocorreu no dia 16 de fevereiro (terça feira) de carnaval a 33ª Romaria da Terra,na cidade e diocese centenária de Santa Maria no Parque Santuário de Nossa Senhora Medianeira no centro de Santa Maria(RS).
A romaria foi procedida pelo "Acampamento Quilombola",preparado pela CPT, Diocese de Santa Maria,Movimento Negro Unificado( MNU),Agentes de Pastoral Negros(APNs),nos pavilhões da Cooperativa Esperança,que conversaram sobre a questão quilombola no estado,e o "Acampamento da Juventude", no parque da Medianeira,organizado pelas Pastorais da Juventude(PJR, PJE, PJMP, PJ, IPJ),onde os jovens conversaram sobre o"extermínio de jovens e a questão do trabalho",nos dias 14 e 15 de fevereiro.
A PO esteve presente no acampamento e seminário estadual das PJs, colaborando com a temática do Acampamento e seminário, Chega de Violência e extermínio de jovens, com ênfase no mundo do trabalho. Mateus fez uma memória da PO no Brasil e no RS, após entrou no Agir, levando a proposta da Economia popular e Solidária como alternativa as violências cometidas nos locais de trabalhos. Sendo os Jovens as maiores vitimas de violência no mundo do trabalho. Teve o lançamento do livro: "Romaria do Trabalhador e da Trabalhadora do Rio Grande do Sul" de Clarice Fátima Dal Médico da Pastoral Operária, pela editora Oikos, foi anunciado pelos integrantes da PO Rs, Frei Orestes e Mateus de Marco. Nos pavilhões teve a feira dos empreendimentos de economia popular solidária.
No palco que se torna inter religioso, se encontram a babalorixá Carmem, os bispos D.Hélio Rubert( Santa Maria),D.Sinésio Bohn( Santa Cruz do Sul), D. Gilio Felicio ( Bagé),D. José Mario Stroeher( Rio Grande),Irmã Lourdes Dill do projeto Esperança,representantes dos quilombos e o prefeito municipal Cezar Shimer (PMDB).
Após as saudações da babalorixá Carmem,da representante dos quilombos,do prefeito Cezar Shimer e de D. Hélio Rubert, teve uma linda encenação apresentado por representantes dos movimentos quilombolas urbanos e rurais de Santa Maria.
Após as saudações a via sacra do povo em sentido ao Parque,com quatro paradas,onde milhares de romeiros e romeiras,meditaram e rezaram sobre o sofrimento dos pobres da terra,do povo negro,sobre o extermínio de jovens pelas drogas e violência e sinais de ressurreição como a organização popular,simbolizado pelo Projeto Esperança. No trajeto foram lembrados os mártires como o sem terra Elton Brum da Silva,Zumbi,Ir.Dorothy Stang e Ir Adelaide Molinari. Em frente a procissão foi um grupo de capoeirista e no meio a cruz que foi carregada por todos os romeiros.
No santuário foi rezada a Santa Missa por D. Alessandro Ruffioni, D.Hélio Rubert, D.José Mario, D.Sinésio Bohn, a leitura do evangelho foi feita pelo Pe. Eleutério Conrado Junior e a pregação a cargo de D. Gilio Felicio e com celebrada por um bom número de padres, foi lida a carta da CNBB em apóio e defesa dos quilombolas. A tarde apresentações culturais, que foram desde música sacra ao hip hop, pronunciamento de militantes do movimento quilombola,negro,via campesina e do romeiro Olivio Dutra,que participa desde a primeira romaria da terra.
Nos pavilhões teve a feira dos empreendimentos de economia popular solidária.
E foi denunciado a política da direita em tornar inconstitucional o decreto 4.887,que"reconhece como legitima das comunidades quilombolas as terras em que estão. Os romeiros e romeiras,junto com os movimentos sociais do campo e da cidade,se comprometem em lutar em defesa das comunidades quilombolas e contra o extermínio da juventude e em defesa de um novo modelo de inclusão.
Por Lazaro Torma e Mateus de Marco – PO RS